Vírus
Todos temem a contaminação, a dominação do corpo pelo que não se vê, pelo que o outro para nós transporta sem dolo ou comparecimento.
Vírus e mais vírus.
Seres que enfermam quem somos, o que somos e que fomos.
E a corrente espalha-se silenciosa entre abraços e sorrisos virais.
Contaminando lentamente, incubando sem dar sinal.
E quando damos conta, já não existe fuga, nem vacina, nem cura.
E sofrem os incautos infectados que não protegeram com máscaras os venenosos salpicos alheios, que não lavaram as mãos da sujidades que outros lhes untaram.
E o vírus mata. E na Terra morre aos poucos.
Ganância, inveja, maledicência, violência, ingratidão, maldade e ódio.
Tantas pandemias à solta e, enquanto o planeta roda, vamo-nos preocupando com o vírus da moda, neste nosso mundo cada vez mais imundo.
