ILHA
Na maresia revolta onde me perdi distante
Amei sereias num silêncio desconcertante
E por entre espessas algas e seus enleios
Saciei desejos fúteis e perversos devaneios
Quando encalhei na ilha deserta
Com uma ferida purulenta e aberta
Adormeci no areal fervente e vazio
Cansado daquele mar outrora bravio
Fechado na concha pesada, castigadora
Acariciei a pérola macia e encorajadora
Mas era tarde demais para arrependimentos
Desesperados choros ou inúteis lamentos
E os sinais de fumo em céu aberto não me salvaram
Porque o mal estava feito e as marcas por lá ficaram
©Balthasar Sete-Sóis
Publicado no livro Areal, Maresia e Concha e em:
http://pastelariaestudios.blogspot.com/2018/06/passatempo-areal-maresia-concha_4.html?m=1